segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Aquele momento de recomeço... de novo!

Olá estranhos,
Acredito que seja bem significativo meu último post ter sido no primeiro dia de 2017 dizendo, claramente, que ia tentar escrever mais e então, não escrever por mais de um ano.
Bom, seria mentira dizer que não escrevi nada! Em meus rascunhos tem uma postagem de julho que eu não tive coragem de postar. (Aqui está ela)

Não sei por onde começar!

Help! I need somebody...

A minha cabeça hoje está bem confusa.

Help! Not just anybody...

Por que isso acontece comigo?

Help! You know I need someone...

Estou cansada...

HELP!

Visivelmente, ela era um pedido de ajuda... e agora vejo que eu deveria ter postado, mas as razões para não fazê-la foram muitas. 
Primeiramente, eu não queria preocupar ninguém, principalmente meus pais! Segundamente, eu não achei que alguém fosse se preocupar, por que eu tenho a errônea concepção de que ninguém se importa comigo (possivelmente por que eu não me importo comigo!)
Novamente, eu estava errada!
Quando a bomba explodiu (e ela explodiu!) eu não só preocupei todo mundo como baguncei a única coisa segura que estava acontecendo na minha vida. Bom, que eu saiba, por que pode ser que eu tenha bagunçado outras, mas não quero ficar ansiosa em relação a isso... deixa rolar!

Se vocês estão se perguntando "Do que a Laura está falando?"a resposta é: Eu não sei o quanto quero falar sobre isso... Nesse momento eu já estou sendo medicada (novamente!) e estou no Brasil com todo meu suporte médico, familiar e de amigos (por pelo menos mais uma semana). Então não é preciso se preocupar... PROMETO!

Algumas pessoas do meu circulo mais intimo sabem dos monstros que me assombram diariamente, e as batalhas que luto, mas a maioria que assiste minha vida por redes sociais não tem ideia. Por isso, eu me desculpo, eu bem sei como é ver a vida das pessoas nas redes sociais e imaginar quão perfeita ela é... a tal grama do vizinho que sempre é mais verde!
Então, hoje irei compartilhar com vocês um dos meus monstros pessoais e o nome dele é depressão, seguido por uma falta de disciplina e baixa auto-estima.

Há anos que através de terapia, religião, aconselhamento, exercício fisico e outros que tento superar, crescer e aprender, cada vez mais, sobre minhas fraquezas, mas principalmente minhas qualidades e como a minha vida é importante! Mas vou te contar, é uma jornada longa, cansativa e, as vezes, dá muita vontade de desistir, simplesmente se jogar numa cama e deixar o tempo passar. Deixar as rugas aparecerem, o corpo definhar e deixar de viver, mas apenas existir!
E eu entendo que para muitas pessoas isso soa tão patético, tão "é só preguiça" ou "frescura no cú", mas eu também não sou a pessoa mais aconselhada para tentar mudar seus pré-conceitos (ou melhor, desinformação) afinal depressão é uma coisa orgânica e psicológica que por muitas vezes independe das tentativas de superação dadas pela avó, vendidas nas revistas de saúde e videos no youtube.

Mas vou tentar dar um exemplo prático:
Eu comecei a escrever este post ontem de manhã, quando acordei com disposição e meu cérebro trabalhando a mil por hora (medicação trabalhando na parte orgânica) querendo por para fora tudo que ficou guardado esse tempo todo. Por que, eu sempre fui uma pessoa expressiva seja com a escrita, a música, a dança ou o teatro. Mas, faz muito tempo que a rotina, o perfeccionismo e a falta de disciplina (devido a depressão - parte psicológica) me impediram de fazê-la!
Então, por motivos externos precisei parar de escrever, tive outras atividades na minha agenda de domingo - como passar um tempo com a minha familia que veio me visitar. O que normalmente  (por meu perfeccionismo - parte psicológica) já me faria desistir de continuar, mas eu não desisti! Eu ainda precisa por TUDO para fora - como eu sempre gostei de falar aqui no blog... vômito mental!
Assim que pude sentei novamente a frente do computador, dessa vez menos focada e facilmente distraída com as coisas do dia-a-dia: mensagens de texto, e-mails, redes sociais... Essas distrações aparecem pela falta de foco e disciplina que me perseguem por algum tempo e eu não culpo a depressão por isso, mas sim o bombardeio de informações que a nossa sociedade vive, então tento não me auto-flagelar, mas também não posso permitir me entregar, senão a depressão toma conta por que fazer isso é mais confortável, portanto tive que recorrer a outros métodos para voltar ao meu objetivo do dia: colocar os sentimentos para fora!

Decidi então que iria cantar, uma outra forma de por pra fora o que era preciso, por que a distração estava me impedindo de escrever, mas aquilo tinha que sair. E ao começar a tocar violão e cantar e começar a deixar as coisas sairem eu também comecei a ficar triste e chorar. Aqui está um fato que poucos entendem, mas que faz parte do processo de recuperação: descobrir a melhor forma de lidar com os sentimentos, no meu caso stress, dor e perca e não ter medo de fazê-la. E, então, eu te pergunto..."Quem lida com esses sentimentos ruins SEMPRE com um sorriso no rosto?" Sociopatas, talvez, ah! e os ingleses também, por que PQP que gente fria, nunca vi igual!
Piadinhas a parte, obviamente, cada um tem sua maneira de lidar, alguns gostam de ficar isolados, outros de comer ou fazer um exercício físico... Bom, eu gosto de chorar... quietinha no meu canto... enquanto eu continuo lidando com a situação.

E é nesse momento que eu peço, novamente, NÃO SE PREOCUPEM! Eu estou bem... Eu não sou uma boneca frágil de porcelana... Eu sou aquelas bonecas de  plástico que a criança já rabiscou a cara com caneta permanente, perdeu uma perna e cortou o cabelo tudo errado e escondido da mãe, por que achou que era cabeleireira, mas que no final do dia AINDA  é a boneca preferida, afinal ela tem o estilo dela!
Finalizei minha sessão de música com um vídeo que postei no Facebook (se tiverem interesse de ver), um video que gravei com muito humildade e erros, por que meu dedo (de quem não toca violão nunca) tava doendo muito! Mas, eu me orgulho de cada passo que dou e gosto de dividir com meus amigos e as pessoas que se importam, para ver se elas compreendem que tá tudo bem (agora medicada!), que as vezes fazer "arte" doí (principalmente meus dedo, nesse momento), mas que me acalma e me ajuda a entender e superar algumas coisas.

Agora, são 6 horas da manhã do dia seguinte... Poxa levei quase um ano e mais um dia inteiro para postar, mas não desisti... fiquei orgulhosa de mim por esse momento de disciplina, esse momento de decidir fazer algo e mesmo com os imprevistos continuar fazendo (do jeito que der). Vencendo o perfeccionismo e a depressão que já estava gritando aqui: Pra que isso? Quem se importa? Você nem sabe escrever direito... ninguém vai ler... (a minha mãe vai ler e provavelmente comentar: filha te amo!)
E a minha resposta pra minha depressão é "Eu fiz isso por mim! E dessa vez eu venci... então fica de buenas e te vejo hoje mais tarde no nosso próximo desafio"
Por que para mim todo dia é "aquele momento de recomeço... de novo".