segunda-feira, 30 de março de 2015

It's me against the WORDS!

            É de conhecimento geral que nosso corpo é de carne e osso, cientificamente comprovado que somos formados de uma junção de tecidos e órgãos que por sua vez são uma junção de células, que por sua vez são uma junção de organelas que microscopicamente realizam as reações químicas necessárias para nossa existência. Mas nossa alma, nossa alma, tem uma outra matriz de geração. Algumas pessoas são uma junção de figuras – criadas ou dadas a elas quando criança –, outras são músicas, outras são silêncios e isso monta a personalidade de cada um, seu modo de ver a vida e de se relacionar.
            Eu sou feita de palavras. Nasci sujeito de uma frase na qual minha família era predicado, mas não qualquer predicado, eles sempre foram predicativo do meu sujeito, um adjunto adnominal por estarem tão perto, mas tão perto que fica impossível transitar ou colocá-los em outra posição na sentença de minha vida.  Admiro a força deste adjunto, pois eu sei que meu sujeito as vezes é indeterminado, ou mesmo, inexistente quando quer fugir do mundo, mas independente disso lá estão eles.
            Entretanto, eu também sou um substantivo. Um substantivo próprio, afinal dou nome a algo ou alguém. E isso é uma grande responsabilidade, ser o meu próprio “Eu, ter uma identidade e não se permitir confundir com qualquer substantivo concreto comum.  Mesmo quando a vontade de sumir é tão grande, mas tão grande, que você só quer ser uma substantivo abstrato e boa! Afinal, nem sempre é confortável ser seu próprio substantivo sem nenhum adjetivo ali para te dar um suporte.
            Falando em adjetivos – eu preciso dizer – são os meus melhores amigos, dão sentido a minha frase, complementam a minha vida, dispensáveis ou não para o entendimento completo da sentença. Tornam os lugares mais agradáveis, as pessoas mais queridas, assim como, tornam os medos mais terríveis. Quem nunca sonhou com a vida perfeita!
            Mas ser e ter tudo isso só é possível  através dos verbos. Eu nasci verbo quando alguém me pariu. Cresci. Estou vivendo, mesmo que seja com um verbo auxiliar, ninguém consegue tudo sozinho. Busco conhecer, me conhecer, aprender com o verbo de ligação os pontos fundamentais da vida. Seja no tempo verbal que for presente, passado ou futuro. O  indicativo disso é que o futuro do pretérito aprende com o pretérito perfeito os caminhos da história para me guiar e acertar no presente. O pretérito mais que perfeito, por acontecer depois do passado já sabe mais, por isso ensina o futuro a ser melhor. Uma grande jornada para controlar os imperativos impulsos que querem estabelecer a desinência pessoal e temporal das palavras que nos denominam.
            Palavras... dizem tanto, mas ao mesmo tempo podem não dizer nada! Talvez hoje eu saiba menos sobre mim do que ontem, mas tenho uma dezena de palavras a mais para me descrever. Julgamentos, pré-conceitos, discriminação tudo por conta de palavras. Ideologias, brigas, desentendimento e discussões tudo através das palavras. Existe o bom e o mal? Quem decidiu que bom seria bom e mal seria mal? Signo, significante e significado! Palavras...

            No fim do dia acho que a única palavra que deveria definir a todos é AMOR, mas será que eu realmente sei o que essa palavra significa?

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